2023 e além
- Roberto Icizuca
- 7 de jan. de 2023
- 3 min de leitura
Bem-vindos ao futuro. Terminada a temporada de previsões e baseado na nossa própria bola de cristal, vamos dar alguns pitacos sobre a creator economy, streaming e o mercado infantil. Como todos sabemos, as crianças são os verdadeiros donos do futuro e é por isso que nós, adultos, devemos estar sempre atentos às tendências do mundo infantil. Os criadores de conteúdo estão revolucionando a forma como as crianças consomem entretenimento e as marcas estão se adaptando a essa nova realidade.
Produtos Digitais > Produtos Físicos
A Insights Family do Reino Unido prevê que as compras em plataformas de jogos comunitários podem eventualmente substituir as compras em lojas físicas. Isso se deve a uma combinação de fatores que devem impulsionar essa tendência em 2023. Os dados mostram que 41% dos adolescentes e pré-adolescentes preferem gastar dinheiro em uma experiência do que em um produto e 78% das crianças de três a 18 anos relataram ter jogado videogames nos últimos três meses. Isso significa que as marcas devem criar ativações de varejo tanto em lojas físicas quanto em plataformas de jogos como Roblox.
Criadores e criaturas
Enquanto os influenciadores há muito vendem produtos para outros varejistas, um número crescente de criadores resolverá o problema por conta própria e construirá suas próprias marcas. David Dobrik, Logan Paul, Mr. Beast, Boca Rosa, Ludimilla. A lista é grande e só vai crescer. As plataformas socias ficaram pequenas e eles querem expandir seus negócios e estender sua marca pessoal além da Internet.
1000 true fans
Como o conteúdo está se tornando cada vez mais fragmentado, é provável que vejamos criadores se especializando em nichos específicos, oferecendo conteúdo mais direcionado para seus seguidores. Essa conexão autêntica constroe uma comunidade ao redor do trabalho. Isso ajuda a criar um senso de propósito e significado para o cretor, além de proporcionar feedback valioso e oportunidades de colaboração. Isso tende a validar a teoria dos 1000 fans de Kevin Kelly, que sugere que para alcançar a independência financeira como criador de conteúdo, é preciso apenas ter 1000 fãs verdadeiramente dedicados. Esses 1000 fãs seriam suficientes para gerar renda suficiente através de doações, vendas de produtos, patrocínios e outras formas de monetização.
The book is on the table
A dublagem de vídeo será popular. Só não é ainda porque é trabalhoso e o investimento é alto. Jimmy Donaldson, mais conhecido como MrBeast, foi pioneiro nessa frente com seus canais no YouTube dublados em espanhol, russo, português e francês. A dublagem de vídeos existentes em outros idiomas ajudará os criadores a alcançar um público global ainda maior. Investimento de risco e negociação de dubbing rights estão na mesa, mas com AI estamos próximos de ver o YouTube traduzir o vídeo do creator usando a voz dele mesmo.
Somewhere over the rainbow
As plataformas sociais continuarão a ser prioridade, mas à medida que os criadores de conteúdo continuarem enfrentando uma crise econômica, eles olharão além dos acordos com anunciantes para outras formas de monetização. Fontes de receita alternativas se tornarão mais populares. Comunidades, plataformas de conteúdo, jogos, aplicativos e outros sabores de produtos digitais devem ser as bolas da vez.
Consolidação no streaming
A última década no streaming foi marcada por crescimento, sucesso e excesso. Mas desde dezembro de 2021, o preço das ações da Netflix caiu 60%, levando o resto do mercado de streaming junto. O cardápio está lotado com muitas opções para os consumidores e isso deve acirrar ainda mais a disputa por espaço. Brasil e América Latina fazem parte do mesmo tabuleiro.
O império contra-ataca
O linear pode voltar a ser a principal forma de assistir TV, à medida que as famílias cortam os gastos com entretenimento. Uma família média dos EUA usa cinco serviços de streaming. As empresas devem lançar seu conteúdo no linear e, se possível, lançar seus próprios canais lineares. No Reino Unido um terço dos jovens de oito a 18 anos assistem à BBC ou à ITV. No Brasil, a TV aberta e por assinatura ainda respondem por quase 80% do consumo.
O mercado infantil, a creator economy e o streaming estão crescendo rapidamente e as tendências apontam para novas maneiras de produzir e consumir entretenimento. Com a crescente popularidade dos jogos e plataformas comunitárias, os consumidores infantis estão cada vez mais interessados em gastar dinheiro em experiências do que em produtos físicos. Os criadores de conteúdo estão encontrando novas maneiras de monetizar seus seguidores, desde a venda de produtos próprios até a busca pela diversificação e monetização alternativas. São grandes mudanças e é importante estar atento as tendências para se adaptar e se destacar nessa indústria em constante evolução.
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