Inovação além da disrupção
- Roberto Icizuca

- 24 de set. de 2023
- 2 min de leitura
No mundo dos negócios, a disrupção tem sido frequentemente associada à inovação, levando muitos líderes empresariais a acreditar que a única maneira de crescer e inovar é por meio da quebra dos paradigmas tradicionais. Empresas como Uber, Lyft e Netflix são exemplos de sucesso ao desafiar setores estabelecidos, como táxis e locação de vídeos.
Mas existe uma alternativa: a criação não disruptiva. Esse processo nos permite inovar e crescer sem necessariamente deslocar indústrias, empresas ou empregos, trazendo benefícios tanto para o mundo dos negócios quanto para a sociedade.
Essa é a proposta de "Beyond Disruption" (Além da Disrupção) - dos mesmos autores de “Blue Ocean Strategy” (Estratégia do Oceano Azul) - que reconhece o poder destruidor da disrupção, mas oferece um novo caminho para a inovação, permitindo a criação de novas indústrias, empregos e crescimento lucrativo, sem os custos sociais decorrentes do fechamento de empresas, comunidades prejudicadas ou empregos perdidos.
No livro, a Sesame Workshop (Vila Sésamo) é um exemplo inspirador de como é possível desbloquear novos mercados sem causar impactos negativos em setores existentes. Jim Henson criou o Edutainment. O entretenimento educativo para pré-escolares, onde as crianças aprendem e se divertem ao mesmo tempo. Henson e sua turma inovou ao oferecer conteúdo que antes não existia, sem deslocar pré-escolas, bibliotecas ou o hábito dos pais de ler histórias para seus filhos.
Seguindo esse raciocínio, no cenário nacional temos a Galinha Pintadinha e o Mundo Bita como exemplos de sucesso. Essas marcas brasileiras também encontraram uma fórmula inovadora para o entretenimento infantil. A Galinha Pintadinha combinou canções tradicionais com animações coloridas e envolventes, criando um mercado de vídeos musicais educativos para crianças. Da mesma forma, o Mundo Bita conseguiu conquistar o segmento de entretenimento infantil, apresentando personagens carismáticos e canções originais. Com uma estratégia multiplataforma, incluindo vídeos, shows ao vivo e produtos licenciados, o Mundo Bita expandiu sua presença e construiu uma marca forte e reconhecida.
Ambas as marcas seguiram o princípio da criação não disruptiva, identificando demandas não atendidas e repensando a forma como abordamos a inovação e o crescimento. O conceito de criação não disruptiva nos convida a explorar novos mercados e oportunidades além das fronteiras estabelecidas, promovendo um impacto positivo tanto para os negócios quanto para a sociedade.
Compartilhe nos comentários suas reflexões sobre a criação não disruptiva e exemplos inspiradores que você conhece. Vamos juntos ampliar essa discussão e promover uma abordagem mais positiva e abrangente da inovação.



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